El Rey del Mundo Série B nº 2 Exclusivo Brasil

Pois bem, o primeiro review teria que ser deste charuto lançado em 13/09/2021, que já era muito aguardado no mercado nacional. A festa de lançamento aconteceu na tabacaria Esch Café em São Paulo.

Baita festa!

Não preciso dizer o quanto de gente estava lá para provar a novidade e, para cada convidado que comprasse uma caixa, era fornecido um kit com cortador de charutos, caixa de fósforos longos e uma unidade do recém-lançado Habano.

Casa lotada, mas o pessoal de lá não decepcionou e não pararam de circular mojitos e aperitivos para os convidados.

Para quem estava por lá foi oferecido um preço diferenciado para a compra de caixas no valor de R$ 1.295,00 cada (só para aquele dia, agora não adianta chorar). Por R$ 129,50 a unidade do charuto, por óbvio que a maioria se empolgou para levar, no mínimo, uma caixa. Alguns duas, três, dez e por aí vai…

Vamos lá, foram feitas 6000 caixas numeradas com 10 charutos cada do El Rey Del Mundo Série “B” Nº2 Exclusivo Brasil, totalizando 60.000 unidades, o que o torna uma série bem exclusiva, pois após o término dos estoques não haverá “round 2” na produção (até onde se saiba).

O nome escolhido do charuto “Série B” faz menção à série exclusiva brasileira e o “nº 2” se deve ao fato de este ser o segundo charuto exclusivo Brasil. O primeiro foi o Bolívar Redentor, lançado em 2013 e esgotado em 2018.

O charuto possui 52 de ring por 135mm de comprimento, fazendo com que seja muito interessante, pois temos uma bitola idêntica ao consagrado Montecristo Edmundo, que é um sucesso de vendas e um dos melhores Montecristo de linha atualmente.

Bom, após chegar na festa tratei de culpar mentalmente o frenesie generalizado e comprei uma caixa para mim. Com ela, veio o meu “kit” com uma unidade avulsa.

Os amigos já aguardavam na mesa e a ansiedade me conduzia a cortar e acender o charuto o quanto antes, o que tratei de fazer.

Porém, antes de falar das impressões da fumada, quero falar um pouco mais sobre a marca El Rey Del Mundo e a minha experiência com esta marca que até então era novidade no mercado tupiniquim.

A marca foi criada em 1848 juntamente com a Sancho Panza por um alemão chamado Emilio Ohmsted, que faleceu em 1870. Naquela época era uma marca pequena e inexpressiva no mercado de charutos, porém, após o falecimento de Emilio Ohmsted, a fábrica foi comprada por Antonio Allones, que já era dono juntamente com seu irmão Ramón Allones da fábrica de charutos já consagrada Ramón Allones desde 1845.

No comando de Antonio Allones, a fábrica se tornou reconhecida por sua alta qualidade até que, nos anos 1940/1950, sob comando da Hermanos Días y Cía, ganhou a fama de serem “os puros mais caros do mundo”.

Zino Davidoff, quando do lançamento de seu livro “The Connoisseur’s Book of the Cigar”, em 1967, diz que os charutos El Rey del Mundo deveriam ser presença obrigatória no inventário de qualquer conhecedor.

A fama já perseguia os charutos El Rey del Mundo muito antes que eu pudesse ter qualquer contato com esta marca, assim, sempre tive uma curiosidade imensa em experimentá-los e a sua ausência no mercado brasileiro me impedia.

Minha primeira experiência foi em uma viagem em 2014 fumando um Choix Supreme, o que me tornou instantaneamente um fã da marca.

Voltemos ao charuto.

Diferente da descrição de alguns livros de que os charutos El Rey del Mundo se caracterizam por uma capa mais escura, a versão exclusiva brasileira possui uma capa mais clara, que lembra bastante os Choix Supreme, que desembarcaram por aqui pouco tempo antes do lançamento do Série “B” Nº2.

O charuto possui um fluxo e fumaça abundantes, até um pouco mais solto do que o “normal” da maioria dos cubanos e uma queima regular. Não perfeita, regular. As primeiras baforadas já entregam que este charuto segue o blend tradicional da marca, o que me deixa feliz, pois já provei edições regionais ao longo dos anos que pareciam que simplesmente havia sido feito um “sorteio” de blend sem qualquer correlação com a marca estampada na caixa e na anilha.

O charuto possui fortaleza suave a média e traz consigo o tom aromático característico da marca, muito floral e uma doçura escondida que aparece em alguns momentos, algo que pode se assemelhar à doçura presente no mel. Um floral doce. Uma fortaleza um pouco maior começa a se manifestar no segundo terço e evolui até o terceiro terço. Entendo que, como o charuto é muito jovem, essa fortaleza tende a ser reduzida com o tempo e os aromas florais e doces se fortalecerão.

A pouca idade do charuto (3 meses de fabricação) entrega à fumada certa imaturidade, e acredito que um bom tempo de envelhecimento para este charuto mostrar suas melhores características seria de 5 anos, podendo chegar a 10, 15 ou mais anos se você for um louco, como eu.

Fato curioso é que a importadora passou a declarar a data de fabricação em cada caixa, em um adesivo na parte de trás, pois os adesivos da ANVISA cobrem toda a parte debaixo, impedindo a leitura do carimbo de fábrica. Todavia, as caixas que tive acesso estão com as datas erradas, pois a importadora declara como data de fabricação agosto/2021 em todas, entretanto, removendo o adesivo da parte debaixo da caixa, as datas carimbadas são de maio e junho de 2021. Não havia nenhuma caixa, portanto, de agosto/2021.

Esse é um detalhe normalmente relevante para quem gosta de envelhecer os seus charutos e que a importadora poderia ter o cuidado de declarar a data correta. Fica a sugestão.

Se você já fumou este charuto compartilhe abaixo as suas impressões!

Abraços a todos!

Ficha técnica:

Charuto: El Rey Del Mundo Série “B” Nº 2 Exclusivo Brasil

País: Cuba

Capa/Capote/Miolo: Cuba

Medidas: 52 de ring por 135mm de comprimento

Formato: Parejo

Idade do charuto: 3 meses

Tempo de fumada: 1 hr e 30 min

Valor atual (caixa com 10 unidades, em dezembro/2021): R$ 1.800,00 – R$ 2.200,00

Nota: 91/100 (tem muito a melhorar com a idade)